sexta-feira, 29 de junho de 2007

Zagueiro artilheiro?




Na véspera da estréia do Engenhão, em que Botafogo e Fluminense irão se enfrentar pelo brasileirão, conversei com um zagueiro que é bom de falta! Juninho, mesmo jogando nessa posição, é o terceiro na artilharia do campeonato. E a competição só está no começo, será que teremos no final um zagueiro como artilheiro?

Muito simpático, o jogador contou um pouquinho sobre a sua vida, sua carreira e sobre a profissão de jogador de futebol. Confira a entrevista!



Se não existisse a profissão de jogador de futebol, qual outra profissão você gostaria de ter?

Gosto muito de tênis! Acho um esporte fantástico e me dedicaria a ele!

Mas você sabe jogar?

Não, só de brincadeira mesmo. (risos)

E nos tempos de garoto, você se achava um craque, ou um perna de pau?

Nunca me achei um craque, mas todo mundo falava que eu levava jeito! Sempre tive muita vontade de jogar futebol, me dediquei muito e graças a Deus deu certo.

Desde quantos anos você joga bola?

Eu cheguei no time do Curitiba aos 18, mas sempre joguei em campeonato amador de lá de Curitiba.

Tem alguma situação na sua carreira que você considera inesquecível?

Todos os títulos que conquistamos, são sempre inesquecíveis. Conquistei um título invicto no Curitiba, 14 jogos sem perder e com isso fomos bicampeões paranaenses. Isso foi uma coisa que aconteceu, que vai ficar marcado para sempre!

E como é ser ídolo em um time, como o Botafogo, onde já passaram por lá Garrincha, Nilton Santos e outras grandes lendas do futebol?

Isso para mim é um motivo de orgulho. Procuro trabalhar muito forte, para poder corresponder em cada jogo ao apoio que os torcedores dão. É muito importante ver a galera gritando o nosso nome, ter reconhecimento. Dessa forma é muito importante continuarmos trabalhando, tendo sempre humildade, que com certeza vamos longe!

Qual é o grande sonho que você tem na sua carreira?

A seleção. Meu maior sonho é ir para a seleção e me firmar lá. Disputar uma Copa do Mundo acredito que seria o auge da carreira de qualquer jogador.

Em algum momento da sua vida, você se arrependeu de ter escolhido essa profissão?

Não, em nenhum momento. O futebol é uma coisa que eu amo fazer! Faço com o maior prazer do mundo. Me dedico, me preparo, sou profissional nisso e eu almejo coisas grandes na minha vida, nunca me arrependi.

Se você pudesse escolher alguém para jogar ao seu lado no Botafogo, qual jogador escolheria?

Garrincha. Ele é um cara que fez história no futebol brasileiro, aqui no Botafogo, acredito que ia ser muito legal jogar com ele.

Você acha que a arte de jogar futebol é um dom, ou qualquer um que treinar pode fazer?

Acho que futebol é um dom. Claro que você se aprimora muito com os treinamentos, mas isso tem que já nascer dentro da pessoa, tem que ter essa vontade acima de tudo, porque aí sim dá certo!

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Botafogo é lider do brasileirão!


É... o Botafogo está mandando ver nesse brasileirão. Ocupando a primeira posição, parece não querer deixar ninguém se aproximar. Já soma 17 pontos na tabela, quatro a mais que o seu vice líder o Paraná.

Diante dessa excelente campanha, não pude deixar de ir conversar com alguns dos jogadores, para poder conhecer um pouco mais sobre a história de vida e os sonhos desses novos craques do Botafogo, que vêm incendiando o campeonato.

O primeiro a conversar com o Bela da Bola, é o jogador Túlio. Com seus 31 anos, ele não sonha mais em jogar na seleção brasileira, mas garante que tem como meta a conquista desse campeonato.

Se a profissão de jogador de futebol não existisse, qual profissão escolheria para você?

Sempre tive o sonho de fazer medicina, mas quando eu acabei o segundo grau, estava com 17 anos e subindo para o profissional, aí eu vi que seria difícil conciliar. Cheguei a começar a fazer educação física, mas que também foi difícil conseguir conciliar, quanto mais medicina, seria impossível. Mas eu ainda pretendo fazer um dia.

Tem alguma situação que você tenha passado na sua carreira que tenha sido inesquecível?

Túlio: Inesquecível foi a primeira vez que eu fui jogar bola fora do Brasil. Fui para Arábia Saudita com 23 anos e sozinho (risos). Achava que sabia falar inglês, mas só quando cheguei lá que vi que não sabia falar realmente nada. Um saudita foi me buscar no aeroporto, mas ele também não falava inglês, muito menos português. Mas depois dessa recepção, acabou dando tudo certo e foi tudo bom para mim por lá.

Como é ser ídolo em um time que já jogaram Garrincha, Nilton Santos, e algumas outras grandes lendas do futebol?

Quando eu penso em Garrincha e Nilton Santos, vejo que ainda falta muita coisa para alguém aqui do grupo se tornar um ídolo do Botafogo. Acredito que em um clube que já passaram tantos ídolos, que transformaram o time no que ele é hoje, reconhecido internacionalmente, é difícil virar ídolo em pouco tempo, tem que ter uma história muito maior ainda.

E você tem algum sonho que ainda não realizou?

Ser campeão brasileiro.

Mais do que o de ir para a seleção?

Hoje sim. Já estou com 31 anos, não tenho mais a ilusão de chegar à seleção brasileira, mesmo sabendo que no passado eu tinha condições. Mas estava em um clube de menor visibilidade, que era o Goiás, num lugar onde é muito difícil a CBF estar olhando, acompanhando os campeonatos regionais, acompanhando o desempenho desses times. Hoje não, hoje com o campeonato brasileiro, você começa em maio e vai até dezembro, então a sua vitrine é maior, você passa muito mais tempo sendo visto. Já na época que eu jogava no Goiás, o campeonato era apenas de agosto a dezembro, era menor o campeonato e consequentemente, menos tempo de vitrine. Mas não sou frustrado por isso. Estou muito satisfeito de estar vestindo a camisa do Botafogo, que é um dos grandes clubes do Brasil, e ser campeão aqui, hoje, é um sonho muito maior do que o da seleção.

Em algum momento ao longo da sua carreira você se arrependeu de ter escolhido essa profissão?

Eu nunca me arrependi, mas se você me perguntasse se eu queria que meu filho fosse jogador de futebol, eu digo que não. Vai ser escolha dele, é claro, mas se eu tivesse que encaminhar ele para alguma coisa, não seria para esse mundo do futebol.

Por que?

Porque eu acho que é uma carreira muito ingrata! É claro que tudo que você faz com dedicação, perseverança, você vence! Mas no futebol, essa probabilidade é muito menor do que em qualquer outra área que você estude. Eu já tive amigos que largaram o estudo para ir para o futebol, arriscaram tudo e não deram certo e quando desiludiram, viram mesmo que não daria, e largaram o futebol, já estavam com 24 anos de idade e nessa idade para você voltar a estudar, se especializar para então começar a tentar conseguir alguma coisa, é muito difícil.

E se você pudesse escolher um jogador de qualquer época para poder jogar ao seu lado no Botafogo de hoje, quem você escolheria?

Sócrates. Ele é meu ídolo no futebol. É um cara que jogava mais ou menos na minha posição, um pouco mais adiantado, mas é um cara que na seleção brasileira de todos os tempos, ele estaria com certeza.

domingo, 24 de junho de 2007

O país das estrelas

Quando vi Dunga sendo convocado para ser o novo técnico da seleção pensei – Dessa vez vai ser diferente! – Depois daquela derrota humilhante do Brasil na copa do mundo de 2006, assim como grande parte dos brasileiros, estava revoltada com Parreira, por toda a sua “atuação” durante a copa do mundo. Mesmo sendo fã de Zagallo, estava concordando com todos aqueles que diziam – Ele deveria estar em casa, vendo o jogo pela televisão. – E quando foi anunciado que Dunga seria o novo técnico eu realmente acreditei que – agora tudo vai ficar melhor- mas não vai!

Antes de dizer o que penso hoje, colocarei aqui um “desabafo” que escrevi logo depois da Copa do Mundo, no dia que a seleção estava voltando para casa.


"O time das grandes estrelas"!!! E do técnico mais ridículo que já vi na minha vida!!!!! O que foi Parreira sentado vendo o tempo de jogo acabar, sem mostrar reação nenhuma??? Que vontade de ganhar era aquela?!Vontade de ganhar foi de Lúcio, que todo mundo criticou, mas que pra mim, foi a verdadeira estrela do Brasil, que jogou com garra! Que mesmo sendo zagueiro, nervoso com a lentidão do grande quadrado "trágico", mesmo com suas pernas grandes e atrapalhadas... corria como podia e tentava armar jogadas para ver se o grande jogador melhor do mundo Ronaldinho, ou o maior artilheiro de todos os tempos, o fenômeno Ronaldo, faziam um gol.

Não acho que ninguém tem que falar que Juninho Pernambucano não jogou nada sendo titular quando teve a sua chance... Porque ele infelizmente não podia correr sozinho e fazer tudo sozinho! De que adianta colocar Juninho e deixar Cafú e Roberto Carlos?! O próprio Juninho em entrevista falou que era a sua última copa e que na próxima tem que vir "os meninos"... Para o jogo poder ter movimento. Ele sim é um cara para ter respeito, por ter consciência. De que adianta uma grande experiência que não consegue mais correr e acertar passes? Experiência por experiência, Pelé estaria jogando até hoje... TEM QUE TER GARRA E PRINCIPALMENTE DISPOSIÇÃO. Não adianta fazer como Cafú que não agüentava dar um pique... e teve que agarrar o short do Francês e levar um cartão amarelo.

Mas tudo tem a hora certa de acontecer... e eu dou Graças a Deus de não ter ido ver a vergonha que vi pela TV, na Alemanha... E como tudo tem sua hora... Cafú ao invés de ter encerrado sua carreira na Copa com aquela lembrança dele levantando a taça do penta... tendo feito a diferença para o título... vai encerrar sua carreira na copa como o cara que fez a diferença também... mas só que dessa vez, para o Brasil voltar pra casa com uma derrota ridícula!

Também... não esperava mesmo que Cafú conseguisse subir todos os "degrais" que prometeu em sua primeira entrevista após o cagado jogo contra a Austrália.Mas é aquilo... pra mim, não adianta grandes estrelas... seleção brasileira tem que ter cara de brasileiro, cara de Lúcio, Zé Roberto, Cicinho, Juninho Pernambucano, Fred, Ricardinho, Gilberto, Gilberto Silva, Dida, Juan e Robinho...As grandes estrelas, podem continuar ganhando seus milhões com suas funções de estrelas e astros de comerciais e de grandes marcas... mas chega de astros na seleção brasileira. Precisamos de jogadores! E que o próximo técnico do Brasil, seja como o Felipão... que jogue com o time, que vibre com o time... que faça a diferença!Pois é Brasil... tente outra vez!!!!!!!!


Agora seria a hora da diferença, mas o que mudou? O técnico! E os jogadores? Alguns mudaram sim... mas novamente continuo insistindo que não adianta colocar estrelas. Nossos brasileiros (ou já seriam europeus??) são bons ganhando seus milhares de euros nos clubes aonde estão. Não interessa o Brasil onde eles começaram. Aqui é paixão! Lá é dinheiro! Aqui é a torcida! Lá é a fama e a busca por mais dinheiro! Talvez nossos jogadores prefiram ser astros da Nike, Adidas, Puma, ou então ídolos dos ingleses, franceses, italianos... mas o Brasil... ah.. o que o Brasil deu para eles? Só o passaporte e a visibilidade para a nova vida deles na Europa, que foi onde eles encheram os bolsos!

Dunga convocou Ronaldinho e Kaká, mas eles estão tão cansados de tanto jogarem pelo Barcelona e pelo Milan, que pediram licença da Copa América. Eles são astros, não precisam se preocupar em jogar desde agora com a seleção. Ainda faltam três anos para a Copa 2010, até lá eles ainda serão eleitos melhores do mundo, ainda terão muitas campanhas para fazer e muito dinheiro para ganhar. O que, com certeza, fará o técnico convocá-los para seleção, sem nem pensar em fazer o contrário. Pra que então se preocupar desde agora?

Eu queria que Dunga fizesse diferente. Que fosse contra muitos brasileiros, que ainda culpam Parreira e Zagallo pela perda do título, e que são os mesmos que querem Ronaldo, Ronaldinho, Adriano, Kaká, Cafú, Roberto Carlos... queria que Dunga fizesse a diferença.
A seleção ideal, deveria ser aquela feita por brasileiros que jogam aqui, que não ganham rios de dinheiro lá fora, mas que jogam por uma torcida apaixonada, de tantos clubes que existem no Brasil. Que tem salários atrasados, mas que fazem bonito, fazem firulas, e comemorações de gol emocionantes!

Esses brasileiros sim, vestiriam a camisa amarelinha sem vergonha e o título seria a coisa mais importante a ser conquistada! Se isso não acontecer, Dunga vai ficar como Parreira, olhando o relógio, vendo a hora passar, ouvindo a torcida gritar – Robinho – ou o outro jogador esperança em 2010... e nada vai ser diferente!