quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Um papo animado com Carlos Eboli

Hoje o Bela da Bola traz uma entrevista diferente! Dessa vez não é com um jogador de futebol, mas com uma pessoa que está sempre passando as informações do esporte para todos nós!

A entrevista é com o jornalista esportivo Carlos Eboli. Ele atualmente é âncora do programa CBN Esportes aos domingos e comentarista esportivo. Participa diariamente dos programas CBN Rio, apresentado por Sidney Rezende, e CBN Total, com Adalberto Piotto.

Eboli traz em sua bagagem uma experiência enorme no mundo dos esportes e conta grande parte delas para a gente nessa entrevista que está muito legal!

Ele já participou da cobertura de duas Olimpíadas (Sidney, em 2000, e Atenas, em 2004), duas Copas do Mundo (Japão/Coréia, em 2002, e Alemanha, em 2006) e dos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo em 2003.

Pela primeira vez um entrevistado do blog revelou o seu time do coração, o que não é comum, ainda mais um jornalista esportivo contar esse segredo!

Ficou curioso? Confira isso e muito mais!

Como foi que você decidiu que seria jornalista esportivo?

Sempre gostei de ouvir rádio. Quando ia aos jogos no Maracanã, como torcedor, não dispensava o radinho para acompanhar as transmissões e os comentários. Lembro de quando era moleque que me pegava sonhando em um dia estar lá no gramado, atrás do gol, narrando uma partida de futebol. Anos depois, isso veio a se realizar. A emoção de uma transmissão esportiva no rádio é única e isso sempre me encantou. Sempre pensei em fazer jornalismo e, hoje, consigo reunir as minhas duas paixões: Jornalismo e Esporte. Não comecei no esporte, mas, aos poucos, fui caminhando para este segmento.

Você já viveu muitos momentos marcantes no mundo dos esportes. De todos, qual te marcou mais?

Realmente, foram muitos. Fiz a cobertura da chegada, em Brasília, da seleção brasileira pentacampeã do mundo em 2002. Trabalhei no Brasil, naquela Copa e lembro de cada detalhe dos jogos. Tudo foi muito marcante. Também vibrei com a vitória de Felipe Massa no GP Brasil de Fórmula 1, em Interlagos, São Paulo. Presenciei vitórias incríveis do Brasil nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo, em 2003 e nos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004. Me emocionei muito em Sidney, na Austrália, com a cobertura das Paraolimpíadas de 2000. Foi uma lição de vida fantástica. Isso sem falar dos inúmeros jogos decisivos em campeonatos brasileiros de futebol e estaduais. É muito difícil escolher uma coisa, mas acho que o que mais me marcou foi a vitória do Flamengo sobre o Vasco na decisão do campeonato Carioca de Futebol de 2001. Estava fazendo reportagem atrás do gol vascaíno e, por ser novo e inexperiente, quase misturei as emoções ao ver a bola entrando no gol do Vasco, na falta cobrada por Petkovic, nos minutos finais. O lance foi a poucos metros dos meus olhos e não sabia se narrava ou se vibrava. Para os que não sabem, sou flamenguista e aquilo mexeu muito comigo, mas serviu também como um belo teste de fogo. Graças a Deus, consegui controlar a emoção como torcedor e o profissional falou mais alto. Pelo menos, até hoje, ninguém veio reclamar comigo. Foi, sem dúvida alguma, um momento inesquecível e muito importante para a minha formação profissional. Hoje, o fato de ser flamenguista não altera em nada no meu comportamento profissional. Todos nós jornalistas temos que saber lidar com isso.

E sendo um jornalista esportivo, admirador de todos os esportes, por que você acha que o futebol é o mais popular de todos aqui no Brasil?! E para você, o futebol é o jogo mais emocionante?


O futebol é o esporte mais fácil de ser praticado. Não é preciso um grande investimento. Basta uma bola, que pode ser de meia, um pequeno espaço e quatro chinelos para marcar os gols. Não há nada mais popular. Além disso, é um esporte extremamente democrático. Pessoas de diferentes portes físicos podem jogar. E por ser o mais praticado, acaba sendo também o que gera mais exemplos de sucesso no aspecto profissional. Vira um espelho para os milhões de brasileiros que querem um futuro melhor. E é o mais emocionante, porque nem sempre o melhor ganha. Imprevistos acontecem com muita freqüência e isso encanta o torcedor.

Você se considera profissionalmente uma pessoa realizada?

Ainda não. Tenho muito o que aprender e evoluir na minha profissão. Não me trate como um velho. Sou garoto ainda. Ainda há muitos caminhos para serem percorridos.

Qual foi a maior alegria que você já viveu na sua profissão?


Ter feito a cobertura dos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004. Foi uma grande realização profissional.

Teve algum acontecimento no esporte que você gostaria de estar presente, mas não estava?

Em Copas do Mundo de Futebol. Ainda não fiz uma cobertura dessa no local do evento. Já trabalhei em 3 Copas (1998, 2002 e 2006), porém em todas da redação do Rio. Gostaria de, um dia, participar mais de perto deste evento.

Sendo um profissional de rádio, você já cometeu alguma gafe? Conta para a gente...

Muitas, mas não espalha. Na verdade, foi o ouvinte que ouviu errado. Não, estou brincando. Uma vez, fazia a maratona Internacional do Rio e, ao terminar a prova, fui cheio de vontade para entrevistar o vitorioso. O problema é que eu fui na direção do atleta errado e de cara perguntei (não lembro dos nomes): "Zequinha, qual a sensação de vencer uma prova como esta em casa?"
E ele rebateu: "Olha, estou muito orgulhoso da vitória do meu amigo Zequinha, porque eu sou o Francisco e fiquei em terceiro. Porém estou muito feliz também com o meu desempenho." É isso, falar mais o que. Acontece!!
Na Paraolimpíada de Sidney, perguntei para o judoca Antônio Tenório como ele via os adversários dele. Sem perder o rebolado, ele respondeu: "Não sei. Eu sou cego." Fiquei sem saber onde enfiar a cara e ele ria sem parar. É melhor eu parar por aqui.

E sobre o futebol, o que você achou da convocação de Dunga como técnico da seleção? E o que está achando do trabalho dele?

Acho ruim para a seleção brasileira ter um técnico iniciante. Ele é um estagiário e tem muito o que aprender. A seleção deve ser dirigida pelos melhores e mais experientes. Assim é um qualquer segmento profissional. É como se um estagiário chegasse numa empresa e, um mês depois, assumisse a direção executiva. Estão queimando etapas com o Dunga e isso é perigoso para o próprio treinador. A CBF está numa posição cômoda. O Ricardo Teixeira colocou um técnico que dificilmente irá contestar as suas decisões e se não for bem pode ser facilmente descartado. O trabalho dele vem sendo coerente e os resultados são bons, mas prefiro esperar pelo início das Eliminatórias em que as cobranças serão maiores.

Você concorda que qualquer jogador que mostra habilidade com a bola e antes mesmo de virar ídolo, já é contratado por um time lá de fora? O que você acha dessa falta de craques nos times brasileiros?!

É difícil competir com o mercado externo. É uma questão simples de economia. A Lei Pelé foi uma terrível incentivadora da atuação dos empresários. Eles ditam as regras e os clubes tentar se segurar como podem. Isso não apaga, é claro, a incompetência administrativa dos nossos clubes. A vantagem do Brasil é que o país tem uma capacidade muito grande de renovação, porém o problema é que os jogadores estão saindo cada vez mais jovens. Antes, saiam os craques consagrados. Depois, começaram a sair os jogadores que tinham jeito de craque e, agora, saem os projetos de craque. Está complicado e o maior prejudicado é o campeonato Brasileiro que fica com os jogadores medianos, ou com aqueles que não deram certo no exterior. Pobre do torcedor que nunca vê ao vivo os grandes craques brasileiros. Até a seleção já se mudou para a Europa.

O que você gostaria de ver no futebol brasileiro, que você acredita que ainda está faltando?

Mais talento ofensivo. O São Paulo tem todos os méritos por estar fazendo um grande campeonato, mas é um time que representa a dura realidade de um futebol em que a defesa fala mais alto que o ataque. É uma inversão de ordens num país que sempre se notabilizou como um criador de grandes atacantes. Gostaria de ver mais gols. Não temos artilheiros.

Deixa um recado para todos que freqüentam o blog e que admiram o seu trabalho!

Não gosto muito dessa história de mandar recado ou dar conselhos, mas o importante é fazer o que gosta, sem nunca esquecer da ética e sempre lembrando que o seu direito acaba quando começa o do outro. Errar não é vergonha. Vergonha é não saber corrigir o erro. O jornalismo precisa de bons profissionais.
Um grande abraço!!!!

* fotos: divulgação
** para quem quiser conferir o blog do Eboli: http://www.carloseduardoeboli.globolog.com.br/

7 comentários:

rivellofelipe disse...

Show de bola a entrevista nanda, serio, gostei bastante, não sabia que ele era Flamenguista, e que tinha visto o gol do Pet ao vivo, alias, quase mais do que ao vivo.
Cada dia melhores as entrevistas eim, quem te segura?
AUIHAUHAUIAUIH
beijos figura ;**

Anônimo disse...

oi NANDA;muito boa reportagem.quanto mais que êle é FLAMENGO....bjs.ARNALDO BONNARD

Anônimo disse...

Muito bacana a entrevista... informativa, divertida e inteligente. Parabéns!!!

Beijos!!
http://somdosom.blogspot.com/

Anônimo disse...

ai nem vou te elogiar ja estao todos fazendo isso..
iueahiouaehoauieheauoih
gostei das gafes dele!
;P

OBS:a fica legal na cam...;D

Anônimo disse...

Aeeeee
nossa se eu fosse narrador nakele gol do pet pqp hahaha ia ser demitido no dia seguinte hahahah
otima entrevistaa
bjaoooo chatinha querida haha

Anônimo disse...

Nanda, com essa entrevista você se superou!!! demais!!! beijos.

Adriano Chagas disse...

Muito bom o conteúdo, geral. Parabéns, estou orgulhoso. Adriano.